Podilê

Este blog é um diário das minhas intempéries.

segunda-feira

O que, de fato, é ser mãe solteira

Não. Não é fácil.

Eu tenho muito orgulho de ser mãe, de ser mãe do meu filho, e tenho orgulho sim de dizer que sou mãe solteira.


Com ele sou mais forte, responsável; depois dele, amadureci.

Desde o começo fiz tudo sozinha, o pai dele nunca me acompanhou em nada, nem ligou pra perguntar se estava tudo bem. Hoje, a participação dele é a de um coadjuvante, o progenitor, a ajuda financeira obrigatória. Quero crer que temos uma relação amigável. Claro que eu gostaria que ele se fizesse mais presente, mas como desde o começo ele nunca quis a gestação, eu não posso querer muito mais do que ele já faz.

Uma fase muito complicada foi fazer o pré-natal, ir nas ultrasons, montar o enxoval, escolher/comprar tudo, é um período tão importante e eu passei por ele sozinha.

Quando acontece alguma coisa mesmo incrível (engatinhar, sentar, primeiros passos, palavras) não tem ninguém ali pra dividir o momento, pra vibrar, ou rir, ou chorar.

O peso é grande, todas as responsabilidades, contas, a criação, o cuidado. Não tem com quem dividir. Claro, a família ajuda e qualquer ajuda é agradecida, mas não há com quem dividir as tarefas.

É você quem dá banho, lava e limpa, troca as roupas, as fraldas, coloca pra dormir, brinca quando acorda !e você queria mais 5 minutinhos só), leva e busca na escola (até quando c tá enrolada), da comida, leva ao médico, faz exames, vai às reuniões, festinhas, compra material, presentes, roupa, leva pra tomar vacina, v se escovou os dentes, le uma história, leva no pula-pula, canta.... TUDO É VOCÊ.

Além de trabalhar fora, ficar linda e não enlouquecer :)

Dormir até meio dia no sábado? jamais! Eu ia perder o soriso mais lindo do mundo ao ver o sol ...

Casa/quarto arrumadinho? não mesmo! Eu ia perder o último capotamento do fusca que a titia deu ano passado...

Dormir sozinha na camona? qual o quê! Eu ia ser derrotada na disputa de quem dorme na cama...

Mesmo assim, sozinha, existem dias bons, ruins, fáceis, difíceis. O que, exatamente eu quero dizer é: vale a pena, cada momento com ele vale a pena. Vê-lo crescer, deixar de ser um bebê, passar a ser um menino, a falar, a andar, a contar, tudo. É um mistério lindo acontecendo.



Inspirado em uma aluna grávida: FORÇA, CORAGEM e PERSISTÊNCIA.