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sexta-feira

Olimpíadas não podem repetir erros do Pan

Especialista em finanças públicas critica relatório do Ministério do Esporte que prevê ganhos para o Brasil até 2027.Cecília Lopes e Mariana Cordeiro - Da Secretaria de Comunicação da UnB


Os reflexos da vitória do Rio de Janeiro como sede para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 estarão presentes até 2027, de acordo com um relatório encomendado pelo Ministério dos Esportes à Fundação Instituto de Administração (FIA).

O texto aponta um investimento total de R$ 28,8 bilhões. Desse total, R$ 23,2 bilhões serão destinados para a infraestrutura e R$ 5,6 bilhões para a estrutura do Comitê Organizador. Setores como construção civil, serviços imobiliários, transporte, petróleo e gás serão os principais beneficiados. Porém, especialistas da Universidade de Brasília alegam que estes números estão fora da realidade.


O relatório sustenta que não apenas o Rio de Janeiro, mas o Brasil será economicamente beneficiado com os Jogos. Mas para o especialista em finanças públicas da UnB, Roberto Piscitelli, é impossível prever se realmente haverá vantagem. “Não sabemos nem se dará certo, quanto mais se irá gerar benefício por tanto tempo”. Ele lembra que pan-americano o gasto foi 10 vezes maior que o previsto, e que nas Olimpíadas as chances de acontecer a mesma coisa são enormes. “Sabemos que este relatório é tendencioso”, afirma Piscitelli.


O Pan-americano em 2007 foi a última experiência do Brasil de porte mundial. A Copa do Mundo, daqui a cinco anos, também proporcionará grande agitação no país e terá continuidade com os Jogos Olímpicos. Azevedo defende a criação de um plano único que englobe essas competições. “As finalidades são as mesmas, por isso é necessário definir uma política de utilização desses espaços esportivos”, explica o professor de gestão e marketing esportivo da Faculdade de Educação Física, Paulo Henrique Azevedo, referindo-se ao abandono das instalações do Pan.

A disputa aconteceu em Copenhague, na Dinamarca. O Rio de Janeiro e Madri foram finalistas, enquanto Chicago e Tóquio já estavam eliminadas. Mas desde a segunda etapa, o Rio teve resultados melhores que Madri, 46 votos contra 29. Na última competição, a cidade brasileira saiu vitoriosa com 66 votos a 32. “Apesar de Madri exigir menos recursos, o impacto social da construção no Rio será mais produtivo”, afirma Azevedo.
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Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.