Dia de amar mais os amigos

Eu moro numa cidade de coisas raras.

Não chove de março a outubro.

O cerrado tem 6 meses pra nascer, crescer e garantir a vida.

Quando chove, o verde fica muito colorido de verde.

Há cajuzinhos, pequenos como morangos,

que ficam muito vermelhos, como maçãs,

em árvores muito tímidas, quase indistiguíveis no verde intenso.

Na seca, há ipês.

Primeiro os cor de rosa desabrocham... frágeis...

depois os amarelos, resplandecem

e as manhãs ficam lindas.

Em seguida, os brancos, únicos na avenida central.

E há amigos.

Esses independem da chuva rara.

Nascem, gigantes e são intensos em todas as épocas.

Garantem a eternidade do meu sorriso.

Tenho amigos, poucos, que abracei hoje, demoradamente, feliz de reencontrar.

Tive um, grande, que virou amor, maior. Mas borboleta rara, foi voar em jardim descuidado.

Aos amigos, grandes, raros, delicados e coloridos que tenho, na chuva ou na seca: amo-os.

Dê, querida! Obrigada pelo afago do seu abraço.