Porque eu já vivi quase 4 décadas:

...daí tinha esse negócio de curtir a vida.

Aparentemente era aquilo tudo de fumar um baseado, amar tudo e todos, ser feliz, namorar homens e mulheres, emendar uma festa na outra... tudo muito educativo, sabe?

Claro, as crianças aprenderam e era isso curtir a vida também nos anos 80. Em Brasília, vide Renato Russo. No Rio, vide Cazuza.

Os anos noventa foram engolidos pela globalização. Green Day, Nirvana, Marilyn Manson assustavam na televisão. Curtir a vida não mudou muito, tudo ficou reunido e repetido, piorado, agressivo.

Agora, parece que curtir a vida é ter um super-bam-bam-bam Iphone, Twitter, facebook, vários fakes, Orkut, blog(ue)s, viajar para o exterior, beber o vinho mais caro, a cerveja mais rara, comer o chocolate mais artesanal, baixar o mundo na Internet...

Essas décadas me cansavam porque sempre optei pelo lado contraventor: pra mim, bom mesmo sempre foi assistir um filme, ter boa companhia, comer pipoca, ouvir um samba sofrido, ler um livro doído... e saber que vivo porque é um espetáculo mágico esta máquina, que é o meu corpo, funcionar.