Podilê

Este blog é um diário das minhas intempéries.

quarta-feira

Sangue negro

Fomos eu e Zé ver uma peça, uó de chique, com a Françoise Forton, do Bertold Brecht... Adivinha???

Depois eu digo que em Brasília só tem jeca e o povo me critica. Agora vê:
1. Uma hora de fila, juro, as cadeiras eram todas numeradas, mas o povo ficou fazendo fila na porta do teatro.
(Claro que eu e o Zé, que somo lindos, fofos e espertinhos, aproveitamos pra ver uma exposição que tava rolando...)

2. Todo mundo acomodadinho, muito confortável, cada qual com sua cadeira e ...: o elenco, todo vestido, sobe ao palco e avisa que não vai rolar o teatro, porque o ar condicionado quebrou e não tem jeito de consertar.
(Claro que eu e o Zé nos olhamos e já caçamos o que fazer porque a coisa toda ia ficar quente com ou sem ar, que o povo já começou a reclamar...)

3. Aglomeração sem fim na porta do teatro, gritaria, empurra-empurra, pra pegar o dinheiro do ingresso (que custou R$ 7,50!!!) de volta.
(Claro, eu e Zé, trocaremos o ingresso por outro, para outro dia de espetáculo e dali fomos ao cinema)

4. No cimena, na fila pra comprar o ingresso, uma menina resolve fazer um passo de balé...daqueles que imitam uma ave voando e que vc fica na pontinha do pé, parecendo uma libélula... gente: Na FILA!!! Eu vi tudo com o rabolho porque não ia arriscar olhar pra ela.
(Claro que o Zé achou lindo, que a menina era bonita, mas eu achei mesmo é que era doida, de jogar pedra na lua e achar que acertou, e coloquei o Zé entre eu e ela.)

O filme, um droga, não assistam. Além de uma droga, muito comprido. Teve uma hora que do meu lado tinha um cabra cantando e do outro, um roncando... Olha, é de sair correndo do cinema.

Está decidido. Se tudo mais der errado eu vou sentar na praça de alimentação de qualquer shopping e esperar um milk shake. Vou me entregar sem luta. Não é possível! Eu devo ter usado uma palha da manjedoura para fazer fantasia de índio no carnaval. Acontece tudo num dia só.

Ainda bem que a peça fica até maio no CCBB. A essa altura a fila já diminuiu e as pessoas estranhas que dão medo nas filas já foram embora.